Deputada ligada a teorias da conspiração é punida na Câmara dos EUA

WASHINGTON — A Câmara dos Deputados dos EUA puniu a deputada republicana Marjorie Taylor Greene, ligada à extrema direita e cujos comentários feitos em redes sociais ao longo dos anos traziam mensagens de ódio e conclamavam seus seguidores a cometer atos de violência contra políticos democratas.

Por 230 votos a 199, a deputada, que é ligada ao movimento conspiracionista QAnon, foi removida de todos os cargos em comissões na Casa. Além dos democratas, 11 republicanos votaram a favor da punição. Ela ocupava posições nas comissões de Educação e de Habitação. Antes da votação, ela tentou se defender diante dos demais deputados, buscando se afastar dos comentários nocivos.

— Essas são palavras de meu passado, e essas coisas não me representam, não representam meu distrito e não representam meus valores — afirmou Greene, que chegou ao Capitólio usando uma máscara com a frase “discurso livre”.

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Na última semana, uma série de publicações passadas da deputada veio à tona, incluindo teorias da conspiração sobre um “Estado profundo” que controlava a política em Washington, questionamentos sobre a veracidade de massacres, incluindo em escolas, além de comentários marcados pela xenofobia e antissemitismo.

No ponto mais preocupante, ela indicou apoio a postagens que defendiam a execução de lideranças democratas, incluindo a presidente da Câmara, Nancy Pelosi. Greene também defende a tese propagada por Donald Trump sobre uma fraude nas eleições de novembro, algo jamais confirmado pelas autoridades eleitorais dos estados americamos.

— Se alguém começar a ameaçar as vidas dos congressistas democratas, seremos os primeiros a eliminá-lo das comissões. Eles (republicanos) tiveram a oportunidade de fazê-lo — declarou Nancy Pelosi a repórteres nesta quinta-feira.

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Ela se referia a uma reunião dos parlamentares republicanos, que na véspera votaram contra uma punição à deputada, evitando uma votação no plenário e o potencial desgaste de defender a parlamentar. Segundo pessoas que acompanharam o encontro, ela pediu desculpas pelos comentários, feitos quando ainda não tinha sido eleita, e chegou a ser aplaudida por alguns colegas de sigla.

— Eles (os eleitores) vão julgá-la pelas coisas que ela agora denunciou, [escritas] antes mesmo que fosse uma integrante do Congresso — declarou o líder da minoria, Kevin McCarthy, que defendeu Greene na sessão de quarta-feira. — Se eles (democratas) forem atrás dela, irão atrás de outra pessoa depois.

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