Publicada nesta segunda-feira, uma lista elaborada pelo jornal "The New York Times" incluiu o prédio do Sesc Pompeia, em São Paulo, como uma das 25 obras mais significativas da arquitetura do pós-guerra. Desenvolvido pela ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) entre 1977 a 1986, o projeto do centro cultural revitalizou uma antiga fábrica de tambores, criando um novo marco arquitetônico da cidade, que tem como um dos símbolos outra obra assinada por ela, o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
O prédio paulistano figura em 18º na lista, que incluiu obras de outros arquitetos icônicos, como Ludwig Mies van der Rohe, Le Corbusier e Renzo Piano. A seleçao foi feita por três arquitetos, Toshiko Mori, Annabelle Selldorf e Vincent Van Duysen, além de outros três jornalistas e dois designers. A última obra listada, surpreendentemente não se encontra na Terra: a Estação Espacial Internacional, construída entre 1998 e 2011.
Além do Sesc Pompéia, outras obras públicas se destacam, como o Edifício Seagram (Ludwig Mies van der Rohe), em Niova York; o Prédio da Prefeitura de Kagawa (Kenzo Tange); a Biosfera de Montreal; a Ópera de Sydney (Jorn Utzon); e o Centro Pompidou (Renzo Piano e Richard Rogers), em Paris.
Uma das maiores arquitetas do século XX, Lina é a grande homenageada da 17ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, em cartaz até novembro. No fim deste mês, a mostra dedicará a ela o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra. Representando o governo brasileiro no evento, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, não soube dizer quem era a arquiteta, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo: “Eu não conheço nada, desculpa! Me ajuda!”.
A obra e a vida da arquiteta foram temas de duas publicações lançadas recentemente, “Lina: uma biografia” (Todavia), de Francesco Perrotta-Bosch, e "Lina Bo Bardi: O que eu queria era ter história", de Zeuler Lima (Companhia das Letras).
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